PÓS-MODERNIDADE Os Desafios ao Ensino Bíblico Pr. Miguel de Avila Sobrinho Serrinha, Agosto de 2009.

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PÓS-MODERNIDADE Os Desafios ao Ensino Bíblico Pr. Miguel de Avila Sobrinho Serrinha, Agosto de 2009

Introdução Ele, porém, lhes respondeu: Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado; e, pela manhã: Hoje, haverá tempestade, porque o céu está de um vermelho sombrio. Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos ? (Mt 16.2,3) Jesus advertiu-nos a que soubéssemos ler os sinais dos tempos.  Para agirmos em conformidade ou em resposta a esses sinais  Para adaptarmos nossas estratégias  Para continuarmos relevantes ao nosso tempo

Introdução Por ser uma comunidade com valores diferentes do mundo, a igreja tende a manter uma cultura própria, em parte saudável, em parte danosa. É saudável no sentido de preservar os valores de Deus; é danosa quando essa cultura torna-se um fim em si mesma e a igreja deixa de ser relevante ao mundo, sobretudo no cumprimento de sua missão. Ilustração de Irrelevância: igrejas que impedem o ingresso de pessoas de tênis, porque o lugar é santo. Cristo morre para transformar a humanidade e a Igreja, como conseqüência, adota regras do tipo “usar ou não barba”. A igreja passa a não ter significado algum para o mundo. É apenas um grupo de pessoas diferentes, mas que nenhuma diferença fazem para a vida das pessoas de fora.

Introdução Precisamos saber como o mundo pensa, que valores têm e quais são seus questionamentos e dificuldades, a fim de oferecermos um evangelho que responda a cada uma das suas necessidades. O que estamos oferecendo para as pessoas de fora? Para as crises existenciais: Um relacionamento pessoal com Deus ou um estereótipo de crente? Para a falta de referência: A bíblia ou um código de regras da denominação onde encontramos o “que pode e o que não pode”. Para a falta de sentido: Imitar a cultura passada ou imitar Cristo em sua vida e missão?

Introdução O mundo mudou e as igrejas que não refletirem sobre essa nova realidade, mas se prenderem rigidamente à sua própria cultura, poderão se tornar irrelevantes. Não é simplesmente uma questão de variação nos costumes locais, mas algo bem mais amplo que isso: uma mudança na maneira de pensar e viver a vida, com novas oportunidades e novos desafios.

A EVOLUÇÃO DOS TEMPOS E DOS PENSAMENTOS: DA MODERNIDADE À PÓS-MODERNIDADE

Que Mundo É Esse Que Estamos Vivendo? Vivemos em tempos de mudanças drásticas. O mundo de hoje tem se mostrado incoerente, intolerante e hostil aos valores até então aceitos. Aceita-se o que antes era rejeitado: há dez ou vinte anos atrás, insinuar a homossexualidade de alguém era uma ofensa inominável. Hoje, afirmar ser heterossexual pode ser visto como ofensa. Aceita-se valores contraditórios: Os heróis da mídia e formadores de opinião (artistas, comentaristas, cantores, políticos, acadêmicos) são homossexuais, drogados, polígamos... Fala-se do perigo de drogas, mas cantores que morrem por overdose de drogas são mostrados como heróis Hostiliza-se o que era absoluto: Bíblia, idoneidade profs. e mais velhos

Estamos Em Transição Cultural Pré-moderno: sujeitava-se ao peso da autoridade (teologia e filosofia) Moderno: aceitava o que se podia provar (Matemática e física) Pós-moderno: não se sujeita a nada além da própria subjetividade A pós-modernidade tem a experiência subjetiva como autoridade final. Sentir-se bem, viver o momento, aproveitar a vida, sem culpa e sem preocupação com os outros caracteriza a pós-modernidade. Ilustração: Cada vez mais pessoas vivem como casadas e que não querem e nem sentem necessidade de casar. Argumentam que vivem melhor que muita gente casada e é isso o que importa (subjetivismo).

Como Era o Pensamento Pré-Moderno Galileu Galilei (c. de 1540) questionou o saber constituído e criou a cultura moderna, a cultura em que a verdade não é questão de autori- dade, mas de comprovação. Não é o que a Igreja diz, ou o que diz Aristóteles (cuja autoridade era indiscutível), mas o que se pode provar. Quando Galileu disse que o Sol tinha manchas, isto causou uma grande celeuma. O Sol não podia ter manchas. Era o astro-rei, um símbolo de Cristo. Um padre, escrevendo a outro, comentou: "Não se preocupe, isto não é verdade. Li Aristóteles todo, por três vezes, ele não faz referência alguma a manchas no Sol".

Como Era o Pensamento Moderno O Iluminismo e o newtonianismo criaram uma visão mecanicista do mundo, como um relógio. As leis do universo podiam ser observadas, entendidas e usadas em favor da humanidade. Deus se tornou o Grande Relojoeiro que deu corda ao mundo e se ausentou. Mais tarde, o Relojoeiro passou a ser desnecessário, pois o relógio-mundo podia ser bem administrado pelos seus usuários.

“O homem pode dizer sem mentira: reconquisto o Éden e termino a Torre de Babel. Nada existe sem mim. A natureza não faz mais que ensaiar e eu termino a obra. Terra: eu sou teu rei.” (Victor Hugo). Como Era o Pensamento Moderno

Como é o Pensamento Pós-Moderno A pós-modernidade tem a experiência subjetiva como autoridade final. Sentir-se bem, viver o momento, aproveitar a vida, sem culpa e sem preocupação com os outros caracteriza a pós-modernidade. Ilustração: Cada vez mais pessoas vivem como casadas e que não querem e nem sentem necessidade de casar. Argumentam que vivem melhor que muita gente casada e é isso o que importa (subjetivismo).

A Chegada da Pós-Modernidade A pós-modernidade chegou quando se percebeu a impossibilidade de se mudar o mundo a partir do conhecimento e da ciência. É a desistência ou frustração com as propostas da modernidade (“sonho moderno“) e uma reação aos valores e conceitos construídos até então. Sonho Moderno: A ciência traria a redenção da humanidade, pois, pelo conhecimento, o homem, que passou a ser visto como inerentemente bom e que agora estava no centro do mundo traria o progresso deste.

Pós-Modernidade: frustração e Reação A pós-modernidade chegou como uma reação à modernidade  As pessoas assimilaram as injustiças como inevitáveis e passaram a viver para si, aproveitando o que puder, rejeitando qualquer tipo de conceito absoluto, sem sentir culpa e sem pensar no outro.  Isso explica o surgimento do subjetivismo, individualismo, egoísmo, pluralismo, relativismo e pragmatismo, que são posturas que têm deixado o mundo cada vez menos habitável, menos humano, e cada vez mais selvagem.

Definição de Pós-Modernidade A pós modernidade pode ser definida como uma cultura caracterizada por uma mudança de hábitos que está a sepultar aqueles que conhecemos e praticamos. Um conjunto de novos valores na música, na literatura, na arte, nos filmes, nas novelas, no modo de vestir e no trato com as pessoas. Valores educacionais, sociais, políticos, morais e religiosos estão sendo contestados e outros estão sendo propostos para seu lugar.

Por que Estudar a Pós-Modernidade? É importante entender o contexto no qual vivemos e conhecer aqueles a quem estamos pregando. O evangelho não é anunciado no vazio, mas para pessoas profundamente influenciadas pela cultura na qual estão inseridas. Conhecer o nosso tempo nos permite identificar as oportunidades e desafios que ele oferece e nos orienta no cumprimento de nossa missão como igreja.

O Exemplo do Apóstolo Paulo Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns (1Co 9.22). Ele buscava conhecer as pessoas, a cultura e usava uma linguagem apropriada e relevante para povo ao qual pregava. Em Atenas, adequou sua mensagem ao momento e à cultura, gerando a conversão do administrador do Areópago, Dionísio.

Para Pensar Como é o mundo para o qual pregamos? Para quem estamos pregando hoje? Como as pessoas pensam? Que tipo de pregação se torna relevante em nosso tempo?

CARACTERÍSTICAS MAIS EVIDENTES DA PÓS-MODERNIDADE

I. Egoísmo e Individualismo É pensar unicamente em si e buscar aquilo que é do próprio interesse, sem considerar os outros. Implicações 1. Mover-se apenas por aquilo que pode lhes trazer alguma vantagem 2. Não pensar no outro e no coletivo em condutas e decisões assumidas 3. Não avaliar a repercussão, os problemas e o sofrimento que serão gerados e que irão acompanhar as vidas envolvidas.

II. Subjetivismo O subjetivismo rejeita a reflexão racional e usa os sentimentos e desejos como critério de validação das coisas. Implicações 1. Desprezar a reflexão racional e se deixar guiar pelas emoções 2. Validar qualquer conduta por critérios subjetivos, inclusive as que eram consideradas imorais 3. Desejar ou cogitar situações anteriormente consideradas imorais (justificadas pelo simples desejo ou subjetivismo)

III. Relativismo Não há verdades absolutas. Todos os valores morais e todas as crenças são válidas. A verdade depende das lentes que alguém usa para ler a vida. Implicações 1. Não aceitar verdades ou parâmetros absolutos (valores religiosos, morais, sociais perderam a força)  Ex.: o valor do casamento, do estudo, o respeito pelos professores 2. Ajustar as crenças/convicções por conveniência  Ex. dos políticos evangélicos, o escândalo dos sanguessugas

IV. Pluralismo, Tolerância e Inclusivismo Manifesta-se como uma multiplicidade de pensamentos e práticas, às quais se atribui valor semelhante. Não se contradiz o pensamento dos outros, ainda que esteja errado. Há uma total complacência para com os diferentes modos de se pensar. Aceita-se todas as pessoas, independente da orientação moral, dando a elas voz e poder. Além disso, há uma reação contrária a tudo o que se afirmou absoluto até então, tanto crenças quanto instituições.

IV. Pluralismo, Tolerância e Inclusivismo Implicações 1. Tornar indiferente qualquer tipo de pensamento ou conduta, igualando-as em valor  Família com pais homossexuais  Ex.: questionamento da exclusividade da salvação em Cristo 2. Aceitar coisas contraditórias sem qualquer inconsistência 3. Não poder emitir juízo de valor ou defender pontos de vista que contrarie outras pessoas  Ex. da lei aprovada pelos homossexuais (não se pode falar contra)

V. Pragmatismo É a ênfase no resultado. As coisas são avaliadas em função do que podem produzir. O que se pode obter no momento é mais importante do que os resultados a longo prazo. É uma maneira fragmentária de ver a vida. As pessoas jogam fora o passado e o futuro; troca-se uma história por um instante. Implicações 1. Validar uma conduta pelo resultado que produz  Mentir para obter alguma coisa boa  Aborto como método de controle da natalidade

V. Pragmatismo Implicações 2. Preterir o ser em função do fazer (não importa quem a pessoa é, mas o que faz)  Cantores drogados, homossexuais na direção de filmes, pessoas indignas e sem moral admiradas pelo sucesso 3. Desprezar o todo em função de uma pequena parte, uma história em função de um momento  Ex. de um adultério (uma paixão por uma história)

V. Pragmatismo Implicações 4. Não avaliar as conseqüências das decisões e condutas  Ex. de uma separação (um ato que não considerou o futuro dos outros) 5. Abandonar práticas sadias que não mostram resultados evidentes  Almoçar em família, conversar, estar em casa, brincar com os filhos

Resumo 1. Egoísmo e Individualismo: pensa unicamente em si e desvaloriza o outro 2. Subjetivismo: despreza a inteligência e se guia pelas emoções 3. Relativismo: não aceita verdades absolutas. Tudo depende da interpreta- ção de cada um. 4. Pluralismo, Tolerância e Inclusivismo: atribui o mesmo valor às coisas, não confronta os erros e aceita quem os pratica. 5. Pragmatismo: enfatiza o resultado, o que é rápido e o momento

CARACTERÍSTICAS DA IGREJA PÓS MODERNA

I. O Relativismo Gera 1. Uma espiritualidade sem valores absolutos, que relativiza todas as coisas, onde vale tudo e ninguém está obrigado a nada  Denominações que permitem tudo e não exigem nada  Não há padrões absolutos para a família, comportamento sexual, ética social  Aceita-se desvios doutrinários 2. Uma espiritualidade que não defende a singularidade bíblica  Jesus não é o único que salva e a bíblia não tem a palavra final para a vida

I. O Relativismo Gera 3. Uma espiritualidade de conveniência  Crêr (absolutizar) no que é conveniente e não crêr (relativizar) no que não agrada  Valorizar temas como prosperidade e autoridade e desprezar outros como amor ao próximo e serviço. 4. Uma espiritualidade que não confronta as pessoas  Deixar de argumentar e pregar a respeito das verdades bíblicas e da salvação

I. O Relativismo Gera 5. Uma espiritualidade que confronta (reage) valores estabelecidos  Questiona valores cristãos como fidelidade, santidade, altruísmo, bondade, compaixão, serviço, doação...  Confronta a liderança e a instituição

II. O Subjetivismo Gera 1. Uma espiritualidade condicionada a critérios subjetivos e não a objetividade bíblica  Os mandamentos são opções que podem ser seguidas ou não, conforme a aceitação subjetiva 2. Uma espiritualidade validada pelas emoções produzidas  Valoriza o que gera emoções boas e despreza o que provoca emoções ruins  Organiza o culto para provocar a emoção e não a confrontação racional com a palavra

II. O Subjetivismo Gera  Valida práticas anti-bíblicas pelo simples desejo: divórcio, homossexualismo, abrasamento ( Eu acho que não tem problema, eu não sinto nada ruim nisso... ) 3. Uma espiritualidade que se adapta aos interesses da pessoa  É moldada pela pessoa ao invés de moldar a pessoa (não transforma vidas)  Exemplo: muitos vão peregrinando de igreja em igreja, saindo todas as vezes que são confrontados com o que não é de sua preferência

III. O Pragmatismo Gera 1. Uma espiritualidade que objetiva atender as demandas das pessoas  É voltada para as pessoas e não para Deus  É voltada para a auto-ajuda  O importante é crer em algo 2. Uma espiritualidade validada pelos resultados que produz e não por critérios bíblicos  Aceita práticas sem fundamentos bíblicos, modismos, esoterismo  Imita ou usa de estratégias “eficazes” que não têm respaldo bíblico

III. O Pragmatismo Gera 3. Uma espiritualidade que usa a bíblia de forma mágica e utilitarista  Procura textos que afirmam o que desejam para "declará-los com poder" 4. Uma espiritualidade técnica e marqueteira  Nega o caráter espiritual da obra e rende-se ao ativismo  Negocia a salvação pelo oferecimento de recompensas

III. O Pragmatismo Gera 5. Uma espiritualidade que valoriza unicamente o que produz resultados no momento  Despreza as disciplinas espirituais e qualquer conselho bíblico que não manifeste resultados objetivos, visíveis e imediatos (ensinar filhos, adoração, comunhão com irmãos...)  Procura respostas mágicas e aceita "negociar com Deus”, o que é habilmente utilizado pelos mercadores da fé  Troca uma história com Deus por paixões momentâneas  Não pensa nas implicações eternas das escolhas

IV. Pluralismo, Tolerância, Inclusivismo Geram 1. Uma espiritualidade que coloca o evangelho em um mesmo nível que outras religiões e práticas espúrias  Não defende a singularidade do cristianismo e da bíblia  Ex. da coluna no jornal que defende o aspecto cultural da umbanda  Evita falar da salvação apenas em Cristo pra não ferir outras religiões 2. Uma espiritualidade que aceita desvios morais e religiosos  Tolera o pecado para evitar confrontações  Retira das pregações textos bíblicos que condenam práticas pecaminosas aceitas pelo nosso tempo

IV. Pluralismo, Tolerância, Inclusivismo Geram  Não prega contra valores imorais como homossexualismo, divórcio, aborto  Aceita pessoas imorais no seio da igreja  Usa versículos bíblicos fora de seus contextos 3. Uma espiritualidade que incorpora práticas pagãs na vida e no culto cristão  Corredor de fogo, queimar pedidos oração, enfatizar o número 7, nomes bíblicos, adesivos “protetores” de carro

IV. Pluralismo, Tolerância, Inclusivismo Geram 4. Uma espiritualidade que crê em coisas contraditórias sem qualquer inconsistência  Católicos que são espíritas, budistas, esotéricos  Cristão que crêem em florais, astrologia, numerologia, ocultismo, esoterismo 5. Uma espiritualidade que não emiti juízo de valor ou defende pontos de vista que contrarie outras pessoas

V. O Egoísmo e o Individualismo Geram 1. Uma espiritualidade que procura a satisfação pessoal antes da vontade de Deus  Serve-se de Deus ao invés de servir a Deus  Serve a Deus quando tem interesse ou obtém alguma vantagem  É vazia de obrigações como disciplinas, compromisso, missão  Organiza o culto para agradar as pessoas antes de agradar Deus 2. Uma espiritualidade que não se preocupa com o outro  Quer tudo pra si, não pensa se o outro precisa ou será prejudicado  Deixa de ser ativa em relação ao amor e ao serviço próximo

V. O Egoísmo e o Individualismo Geram  Evita pregar sobre temas que exijam algum grau de comprometimento, como compromisso, dedicação, sacrifício, doação, disciplinas espirituais, amor e serviço ao próximo  Aceita condutas que desvalorizam o outro, como o "ficar" 3. Uma espiritualidade que favorece o consumismo e o materialismo  Veste a ambição humana com vestimentas de religiosidade (teologia prosperidade)  Valoriza a prosperidade como critério de espiritualidade frente à essência do evangelho: amor e serviço

V. O Egoísmo e o Individualismo Geram  Estimula a ambição e leva as pessoas direcionarem seu tempo e capacidades nessa busca 4. Uma espiritualidade sem compaixão  Não mostra amor pelas pessoas que ainda não conhecem a Deus  É insensível à necessidade alheia e vive unicamente em função de si  É exemplificada pela Teologia do Filho do Rei

QUAIS SÃO OS NOSSOS MAIORES DESAFIOS? O que os ministros e educadores devem fazer?

Desafios 1. Afirmar a singularidade da obra de Cristo 2. Ensinar o valor absoluto da Bíblia 3. Confrontar as pessoas com um ensino bíblico sistemático 4. Preferir a pregação/ensino bíblico ao emocionalismo ou auto-ajuda 5. Construir uma espiritualidade comprometida com Deus e com o próximo 6. Ter o amor como critério de espiritualidade 7. Estimular a comunhão entre os irmãos

Desafios 8. Desenvolver uma espiritualidade que se traduz no cotidiano 9. Asseverar a importância da prática das disciplinas cristãs 10. Condenar o pecado e asseverar a necessidade de santificação 11. Estar comprometido com a evangelização 12. Buscar um crescimento fundamentado em critérios bíblicos 13. Conscientizar-se que a obra de Deus é espiritual 14. Valorizar o ser antes do ter e do fazer

Conclusão O mundo está mudando, mas a igreja continua com a missão de ensinar às pessoas toda a vontade de Deus. Uma melhor compreensão do tempo em que vivemos é indispensável para o exercício desse ensino, afim de que as nossas pregações sejam relevantes àqueles que nos ouvem. Saber o que as pessoas pensam e quais são suas necessidades mais preeminentes permite construir estratégias que ofereçam respostas a essas pessoas.

Conclusão Visto que o mundo pós-moderno se volta contra verdades absolutas e, na tentativa de suprir suas necessidades espirituais, aceita qualquer prática esotérica, o maior desafio para a igreja de hoje é preservar o conhecimento teológico e suprir a necessidade de uma espiritualidade sadia que responda aos anseios das pessoas.

Bibliografia 1. Isaías Lobão Pereira Júnior: A igreja brasileira na pós-modernidade 2. Fernando Henrique Cavancanti: A Igreja e a Pós-modernidade 3. Augustus Nicodemus: A leitura da bíblia e a pós-modernidade 4. Júlio Zabatiero: A missão segundo o modelo de Jesus Cristo 5. Ricardo Barbosa da Silva: A pós-modernidade e a singularidade de Cristo 6. Isaltino Gomes Coelho Filho: A pós-modernidade, um desafio à pregação do evangelho 7. Héber Carlos de Campos: O pluralismo do pós-modernismo 8. Esdras Bentho: Pós-modernidade, secularismo e igreja: enlace e divórcio 9. Itamir Neves: Treinamento da liderança cristã em tempos de pós- modernidade

Obrigado