Picasso para Celso Emilio Ferreiro. Miró para Celso Emilio Ferreiro.

Slides:



Advertisements
Similar presentations
Ciclo Reproductivo de Moluscos Bivalvos Javier Pumares Pérez Daniel Rivera Ramos 1º Bachillerato A Bioloxía e xeoloxía Profesora: Mª Carmen Cid Manzano.
Advertisements

Prof. María Quirós El ser humano en sociedad Tipos de lenguaje.
NO CAMIÑO APRENDÍN... Nin acostumarse é amar! Que chegar alto non é medrar. Que mirar non sempre é ver. Nin que escoitar é oír. Nin lamentarse é sentir.
A diferença entre um Anjo e um Amigo... Anjos e Amigos... Todos temos um pouquinho de cada coisa...
™ ESTE POWER POINT E PROPRIEDADE DE JESUS SLIDE ANTERIORPRÓXIMO SLIDE "Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é..." (2º Coríntios 5:17)
A REVOLUÇÃO FRANCESA ÉPOCA Segunda metade do século XVIII ( ). Difusão do Pensamento Ilustrado. CONTEXTO Clímax da ERA DAS REVOLUÇÕES. Consolidação.
O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR?
Luís Cardoso Nuno Santos Núria Morgado. É um site cuja estrutura permite a actualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou “posts”.
Evaluación economómica y financiera de proyectos Parte 3. Criterios de rentabilidad.
Cuestionarios de autoavaliación na Plataforma TEMA Universidade de Vigo Julia Carballo Rodríguez e María José Pérez Álvarez Facultade de Ciencias Campus.
Sistemas de autenticación biométricos Máster en Informática Carlos García García Iván García García.
Fracciones y su Clasificación
Hno. Ricardo E. Reséndez Rodríguez
Russ Shafer-Landau El punto de partida para estudio de la ética es para algunos un problema, pues se piensa que no hay un punto apropiado donde apalancar.
Proyecto de Religión Educación Primaria.
Es necesaria a la razón Busca la Verdad Se pregunta por el fundamento de todo lo real: LA REALIDAD RADICAL.
La Importancia de la Intranet en el modernismo empresarial.
16 de agosto de 2014 VIVIR COMO CRISTO TEXTO BASE: Juan 13:34 Escuela Sabática – 1er. Trimestre de 2014 Lección 7.
Si mueres antes que yo, pregunta si puedes
AL MEDITAR DIOS MÍO EN LAS COSAS QUE ME HAS DADO, MI CORAZÓN SE INFLAMA TURBADO DE EMOCIÓN, PUES NO ENCUENTRO PALABRAS CON QUE EXPRESAR MI CRISTO, EL AGRADECIMIENTO.
Si mueres antes que yo, pregunta si puedes llevar contigo a un amigo. Si vives cien días, yo quiero vivir 100 menos uno, para no tener que vivir sin tí.
OBXECTIVOS EDUCACIÓN INFANTIL APRENDEREI POR MIN MESMA INVESTIGANDO,MANIPULANDO AS COUSAS. OBSERVANDO, EXPERIMENTANDO, PREGUNTANDO E COMPROBANDO.
A situación sociolingüística do idioma galego Henrique Monteagudo Universidade de Santiago de Compostela.
Plan de integración das tecnoloxías da información e a comunicación.
P arques N acionais de E spaña... Claudia Tojo & Lucía Glez.
COÑECEMENTO DO MEDIO O UNIVERSO E O SISTEMA SOLAR.
Prado Slides – Cidreira / RS Eu estava dentro do avião, prestes a decolar, e pela milionésima vez escutava a orientação do comandante: "Em caso de despressurização.
Eutanasia.
Programa “Alerta Escolar”. Definición Acordo de colaboración entre a Consellería de Educación e Ordenación Universitaria e a Fundación Pública Urxencias.
SABRINA PAZ MERKEL. Palavras são ditas por qualquer pessoa; Amo você! É uma delas; Unicamente, acredita-se no que é ouvido; Lamentavelmente, nem sempre.
Progressão automática. "Peço licença para falar na minha criança, a que mora aqui dentro e não me abandonará jamais”. Talvez com a morte eu até regresse.
El gerundio Nuevas Vistas ¿Que es el gerundio? El gerundio es otra forma del verbo que no especifica la persona, el numero, el tiempo, el modo.
Autógrafo é a assinatura original, de próprio punho, do autor de alguma obra. Assinam seus quadros os pintores.
Álbum de fotografías por larisa Desde que o homem existe há música. Mas também os animais, os átomos e as estrelas fazem música. Karlheinz Stockhausen.
Gotitas de Vida Gotitas de Vida. En la vida existen esos momentos, cuando extrañas tanto a una persona, que quisieras sacarla de tus sueños y abrazarla.
PROVERBIOS "O VIVIMOS TODOS JUNTOS COMO HERMANOS, O PERECEREMOS TODOS JUNTOS COMO IDIOTAS" Martin Luther King.
Vincent VanGogh Astor Piazzolla 1921 – 1992 Jorge Luís Borges Tres sufridas vidas dedicadas al arte en una confluencia de genialidades.
Conheço um escritor Plano Nacional de Leitura Rede Bibliotecas Escolares Revista Visão Júnior.
Texto do Site: Traducción:Rocío Música: Aurio Corrá - Azul Formatação: Simone Pereira Rodrigues Invisibles… mas no ausentes.
MAXIMO COMUN DIVISOR. Es el mayor de los divisores comunes a dos o mas números. Un número entero d se llama máximo común divisor (MCD) de los números.
(autor desconhecido). Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar aula, mas os alunos estavam ansiosos.
As sogras sempre foram motivo de historias, piadas e controvérsias, mas no passado, no presente e talvez no futuro sempre existiram, existem e existirão.
Carta de um bébé à sua mãe:. Olá, mamã, tudo bem? Eu estou bem, graças a Deus. Faz apenas alguns dias que tu me concebestes na tua barriguinha!
MAPAS DE PROGRESO DEL APRENDIZAJE: LA PROPUESTA NACIONAL DE ESTÁNDARES DE APRENDIZAJE.
相簿 由 Terry Kwan Citações do livro “O vendedor de sonhos” de Augusto Cury.
Subí el volumen de tus parlantes y disfruta del mensaje de fin de semana con junto a Sinatra y Pavarotti, déjalo que corra mientras lo meditas…
 Estatísticas do aborto no mundo  Onde ocorrem  Legalidade dos abortos  Desenvolvimento típico do embrião  Opiniões.
A Cadeira.. A filha de um homem pediu a um sacerdote que fosse a sua casa rezar uma oração para o seu pai, que estava muito doente. Quando o sacerdote.
Papai Noel nunca lhe escrevi... Progressão automática.
PORQUE AS PESSOAS SE CASAM! DEPOIS DE LER, VOCÊ VAI SABER A VERDADEIRA RAZÃO DE UMA UNIÃO HOMEM/MULHER.
Reprogramando os modelos mentaisReprogramando os modelos mentais para melhoria do desempenho humano para melhoria do desempenho humano “Se o pensamento.
Descubra Líderes em Potencial Pr. Carlos Augusto – MIPES / UNeB Adaptado de Dave Earley – Transformando Membros em Líderes.
Lição da Escola Sabatina 9 de Abril a 15 Lição da Escola Sabatina 9 de Abril a 15 de Abril O Sermão da Montanha pode ser visto como sendo a constituição.
Estamos vivendo dias que chamo de DESAFIADORES.
Quirido Papai Noel: Eu qeuria ganhá um joguinho espasiau de prezente de natau. Tenho cido um boum minino neste ano. Ti adoru, MARCO. Querido Marco:
Publicar documentos na rede Eva Pousa Quelle.
Gravitação - Aula III Aristóteles ao O Sistema Aristotélico. Prof. Ivã Gurgel 01-03/10/2014.
Como são constituídos os seres vivos? A utilização do microscópio para obter imagens ampliadas dos tecidos dos seres vivos permitiu concluir que todos,
Manuel de Barros Clique Aumente bem o SOM! Sempre que a gratuidade pousa em minhas palavras, elas são abençoadas por pássaros e por lírios.
Apresentação de GUIDA PINTO Soajo, situa-se na serra com o mesmo nome e pertence ao concelho de Arcos de Valdevez !
Paiva Slides Oi, Como você acordou esta manhã? Eu vi você e esperei pensando que falaria comigo, mesmo que fossem apenas umas poucas palavras, querendo.
Cada uma das seguintes figuras representa uma circunferência e um polígono O polígono está inscrito na circunferência O polígono não está inscrito na.
Encerrando Ciclos Paulo Coelho Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário,
Movimento Uniformemente Variado Prof. Roberto Plantaodematematica.weebly.com.
Uma mensagem natural Gostaria de escrever-lhe hoje uma mensagem bem natural, uma mensagem sem desencantos,
Mensaje del Dia. Hablar del Concepto Como ayudan los animales a las personas? *Escribir ideas en la red.
Há sempre uma sobra em meu sorriso Ouvir a sua voz me faz tremer Foi seu amor que fez isso comigo Só não me ensinou como esquecer.
22:40 h. martes, 28 de junio de 2016martes, 28 de junio de 2016martes, 28 de junio de 2016martes, 28 de junio de 2016martes, 28 de junio de 2016martes,
Olá! Sabes quem sou? Sou alguém com quem convives diariamente.
O terremoto de Xapón. QUE E UN TERREMOTO??? Un terremoto é un movemento brusco da Terra, causado pola brusca liberación de enerxía acumulada durante un.
Presentation transcript:

Picasso para Celso Emilio Ferreiro

Miró para Celso Emilio Ferreiro

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima O pan é máis útil que a poesía, pro ¿como comer o pan sen o compango da poesía?. A.S.

Sementar: plantar algo para que floreza, para que medre Espranza: esperanza (palabra non normativa) Noite pechada: escuridade total Anguria: angustia Abafar: afogar, non deixar respirar Surrir: sorrir (palabra non normativa) Crara: clara (palabra non normativa) A cita inicial é de Arístides Silveira (aristado: que molesta; silva: que pincha), pseudónimo do propio autor Celso Emilio Ferreiro: O pan é máis útil que a poesía, pro ¿como comer o pan sen o compango da poesía?. A.S.

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima O nome de Moraima tráelle sempre a esperanza e a paz, morrendo cando non o pronuncia. A muller é o símbolo da esperanza Hai dúas partes claras: 1 positiva con Moraima, unha negativa sen Moraima 1ª parte: catro estrofas paralelísticas e sinónimas (vivir) 2ª parte: unha estrofa que rompe en todo coas anteriores (morrer)

Cando quero vivir libre digo Moraima. b Digo Moraima b cando semento a espranza. b Digo Moraima b e ponse azul a alba. b Cando quero soñar libre digo Moraima. b Digo Moraima b cando a noite é pechada. b Digo Moraima b e ponse a luz en marcha. b Cando quero chorar libre digo Moraima. b Digo Moraima b cando a anguria me abafa. b Digo Moraima b e ponse a mar en calma. b Cando quero surrir libre digo Moraima. b Digo Moraima b cando a mañá é crara. b Digo Moraima b e ponse a tarde mansa. b Cando quero morrer libre non digo nada. b E mátame o silencio libre de non dicir Moraima b O esquema da rima é o mesmo na 1ª parte e diferente na 2ª. Realmente os catro primeiros versos libres non o son porque a rima abraza, envolve as catro estrofas positivas deixando libre a negativa, a 5ª coa palabra morrer (único –ér do poema)

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Son maioría as palabras coa vogal tónica a: claridade, sonoridade, abertura, sentimentos positivos

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Tamén abundan as palabras con vogal tónica i (forte, berro, son agudo) para marcar e reforzar a palabra Moraima. Menos na última na que digo/dicir está precedida de negación

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Se sumamos as tónicas a e as tónicas i, pouco queda e boa parte na última estrofa

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Outro recurso que aporta sonoridade ao poema é a continua repetición de consoantes nasais (m,n,ñ). Nisto non hai diferenzas nas dúas partes.

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima A unidade rítmica é o par de versos, hai un continuo encabalgamento tanto na 1ª coma na 2ª partes. Mais na segunda só hai dous pares de versos, non tres.

Cando quero vivir digo Moraima.1 Digo Moraima 2 cando semento a espranza. Digo Moraima 3 e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. 1 Digo Moraima 2 cando a noite é pechada. Digo Moraima 3 e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. 1 Digo Moraima 2 cando a anguria me abafa. Digo Moraima 3 e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. 1 Digo Moraima 2 cando a mañá é crara. Digo Moraima 3 e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima = 12, 12+1= 13 Moraimas, palabra-tema, enche o poema. Nun poema de 91 palabras, 13 son Moraima

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima O mesmo verso digo Moraima repítese 12 veces na parte positiva e cambia na negativa rotundamente: non dicir Moraima.

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima A anáfora (repetición da 1ª palabra no verso) é constante. A conxunción temporal cando repítese decote para dar a impresión de sempre, idea reforzada polos tempos en presente habitual

Cando quero vivir 1 digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. 2 Digo Moraima e ponse azul a alba. 3 Cando quero soñar 1 digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. 2 Digo Moraima e ponse a luz en marcha. 3 Cando quero chorar 1 digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa.2 Digo Moraima e ponse a mar en calma. 3 Cando quero surrir 1 digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. 2 Digo Moraima e ponse a tarde mansa. 3 Cando quero morrer 1 non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Suprimido o verso repetido 12 veces, aínda temos tres series de versos paralelísticos (que repiten a mesma estrutura), menos na parte final que só se mantén a serie 1 -serie 1: vivir, soñar, chorar, sorrir // morrer -serie 2: esperanza, escuridade, angustia, claridade -serie 3: claridade, claridade, sosego, tranquilidade (achegadas por Moraima)

Cando quero vivirdigo Moraima. cando semento a espranza. Digo Moraima. e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima Cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Se suprimimos as palabras que se repiten, teremos (mantendo os artigos necesarios) un poema moi breve de 50 palabras (total 91). Así que toda a poesía está baseada na repetición

Cando quero vivir digo Moraima. Cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Moraima converte a esperanza en alba azul, a noite en luz, a anguria en mar calma, a mañá clara en tarde mansa. Pero a súa ausencia só trae a morte e o silencio. Moraima é a vida, a súa ausencia é a morte

Cando quero vivirdigo Moraima. cando semento a espranza. Digo Moraima. e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima Cando a mañá é crara. e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Hai un avance temporal desde o comezo do día (da vida) ata a tarde mansa (a madurez da vida), sempre na compañía da muller Moraima. Se ela falta só quedará a morte e o silencio

Cando quero vivir digo Moraima. Digo Moraima cando semento a espranza. Digo Moraima e ponse azul a alba. Cando quero soñar digo Moraima. Digo Moraima cando a noite é pechada. Digo Moraima e ponse a luz en marcha. Cando quero chorar digo Moraima. Digo Moraima cando a anguria me abafa. Digo Moraima e ponse a mar en calma. Cando quero surrir digo Moraima. Digo Moraima cando a mañá é crara. Digo Moraima e ponse a tarde mansa. Cando quero morrer non digo nada. E mátame o silencio de non dicir Moraima Finalmente, vemos unha poesía de aparente sinxeleza mais moi elaborada, cunha simplicidade final que é produto da depuración, do traballo, da selección intencionada.

O poema pertence á obra Onde o mundo se chama Celanova, última de Celso Emilio Ferreiro, publicada en É o 2º da serie de poemas "de 1972“. É un canto á súa muller, Moraima, como obxecto amoroso ou como confidente da súa intimidade. É un poema lírico, subxectivo, dun poeta máis coñecido polos seus versos de tema social e patriótico.

Celso Emilio Ferreiro (1912) coñeceu a Moraima (María Luísa Moraima Laredo Fernández) en 1938 (el era radiotelegrafista no exército e un día marcou por erro un número, o dela e de aí…) Dedícalle este poema en Cantos anos tiña Celso Emilio en 1972? Cantos anos pasaran desde que se coñeceran?

Anxo González Guerra Vitoria Ogando Valcárcel Versións musicadas en Son de poetasSon de poetas Versión de María do Ceo, No bico un cantar