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Published bySilvana Duarte Barreto Modified over 8 years ago
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Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Dep. Engª Mecânica Escola de Engenharia Universidade do Minho Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 3. Lubrificação Hidrodinâmica 2 3.1 – Escoamento viscoso entre placas paralelas - introdução - perfil de velocidades e suas componentes - caudal volúmico de escoamento - tensões tangenciais nas superfícies - geração de pressões 3.2 – O patim de deslizamento - distribuição de pressões - forças actuantes nas superfícies - atrito viscoso e potência dissipada - caudal volúmico de escoamento - geração de calor 3.3 – Aplicação à chumaceira de patins pivotantes - limitações do patim fixo - princípios de funcionamento - solução ‘universal’ - patins de largura finita Tópicos
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 3 Introdução Partindo de um certo número de pressupostos simplificativos (a especificar mais adiante) a análise do escoamento entre duas placas paralelas, com movimento relativo, pode reduzir-se a dois mecanismos simples: i)o movimento relativo, tangencial, das superfícies – que provoca o arrastamento do fluido – no que é designado como escoamento de Couette; ii)a existência de um gradiente de pressões ao longo do comprimento da película – que origina o movimento da zona de mais altas para a de mais baixas pressões – no que é designado como escoamento de Poiseuille. 3. Lubrificação Hidrodinâmica Estes dois tipos de escoamento podem ser facilmente caracterizados, independente e conjuntamente, recorrendo à análise do “escoamento de um fluido viscoso, entre duas placas de largura infinita” Esboços ilustrativos…
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 4 Introdução Assim sendo, e considerando duas superfícies de largura infinita, separadas por uma película contínua de espessura (h) em (zz), cujas velocidades de deslocamento paralelo sejam (U 1 e U 2 ), a pressão na película é apenas e só função da posição axial (xx): 3. Lubrificação Hidrodinâmica Obs.:embora o problema vá aqui ser integralmente analisado em termos das velocidades absolutas (U 1 e U 2 ), pode também ser abordado em termos de velocidades relativas, considerando por exemplo (U 1 =0), donde (U 2 =U=U 2 -U 1 ) – o que evidencia o chamado ‘perfil triangular de velocidades’.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 5 Introdução Tomando agora o elemento de fluido, de dimensões elementares [dx, dz], e considerando que não há variação de pressão na direcção (yy) placas de largura infinita desprezando quaisquer forças de inércia massa do fluido desprezável, dado o volume em causa e convencionando que o aumento de pressão e/ou velocidade se dá no sentido positivo dos eixos, então as componentes de pressão e de forças viscosas actuantes no elemento, em equilíbrio, serão: 3. Lubrificação Hidrodinâmica ou seja: que, simplificando, vem como: [1] z x
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 6 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Perfil de velocidades e suas componentes 3. Lubrificação Hidrodinâmica donde, uma vez que (p) é apenas função de (xx), a integração em ordem a (zz) resulta em: η·du/dz = z·dp/dx + A [3] η·u = z 2 /2·dp/dx + A·z + B [4] e, uma vez que as condições de fronteira são: para (zz)=0 → u = U 1 para (zz)=h → u = U 2 então as constantes de integração virão como, A = η/h·(U 2 -U 1 ) -h/2·dp/dx B = η·U 1 A equação anterior, se a viscosidade (η) for considerada como constante ( hipótese que é usual… ), pode ser reescrita como: η·d 2 u/dz 2 = dp/dx [2]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 7 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Perfil de velocidades e suas componentes pelo que, atendendo à equação [3] e à relação newtoniana entre viscosidade e tensão tangencial entre camadas contíguas de fluido, vem que: [5] 3. Lubrificação Hidrodinâmica Do mesmo modo, através da equação [4], obtém-se a distribuição de velocidades, na direcção (zz): [6] em que se podem distinguir as duas componentes já referidas: de Couette – correspondente a um perfil linear de velocidades, função da velocidade relativa das duas superfícies; de Poiseuille – correspondente a um perfil parabólico de velocidades, função do diferencial, positivo ou negativo, de pressões em (xx).
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 8 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Perfil de velocidades e suas componentes Sendo de notar que, da conjunção dos dois efeitos, e dependendo do gradiente de pressões em dado ponto do escoamento, podem resultar perfis totais de velocidade completamente diferentes. 3. Lubrificação Hidrodinâmica e ainda de referir que para haver continuidade – i.e., para que o caudal seja sempre constante e, portanto, igual em qualquer ponto ao longo do comprimento (xx) – a área total (positiva) resultante tem de ser idêntica em ambos os casos. += += - se (dp/dx)<0: Em escoamento de Poiseuille puro (equivalente a U 1 =U 2 =0), a velocidade máxima ocorre para (z=h/2) e tem o valor de: u max = -(h 2 /8η)·dp/dx [7] - se (dp/dx)>0:
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 9 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Caudal volúmico 3. Lubrificação Hidrodinâmica o caudal volúmico, por unidade de largura das placas, representa o volume de fluido que atravessa qualquer secção de largura unitária, normal à direcção do escoamento, por unidade de tempo. Assim, o volume elementar de fluido que atravessa a secção de área (dA), a uma dada altura (z), será: dQ x = u·dA e o caudal total por unidade de largura da secção dado por: Considerando um perfil de velocidades de escoamento, entre placas paralelas, qualquer:
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 10 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Caudal volúmico e, atendendo a que, 3. Lubrificação Hidrodinâmica vem que o caudal em (xx): [8] sendo, a 1ª parcela do segundo membro, corresponde à componente de velocidade de escoamento linear, usualmente designada como ‘caudal de Couette’ ou ‘caudal de velocidade’; a 2ª parcela do segundo membro, corresponde à componente de velocidade de escoamento parabólico, usualmente designada como ‘caudal de Poiseuille’ ou ‘caudal de pressão’.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 11 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Caudal volúmico Considerando ainda um hipotético escoamento com um perfil constante de velocidades em (zz), que resultaria num caudal idêntico ao que ocorre em qualquer das condições vistas atrás, é assim possível definir uma ‘velocidade média’ de escoamento (U m ), tal que: U m = Q x /h [9] 3. Lubrificação Hidrodinâmica Nestas condições vem que: dp/dx = 6·η·(U 1 +U 2 )/h 2 [10] Por sua vez, nas condições em que (dp/dx)>0 e em que, portanto existem dois sentidos opostos de escoamento, consoante a altura (z), é possível que a resultante total seja nula, ou seja, que Q x =0.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 12 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Tensões tangenciais nas superfícies 3. Lubrificação Hidrodinâmica dadas respectivamente por: τ 1 =(η·du/dz) z=0 τ 2 =-(η·du/dz) z=h pelo que, recorrendo à equação [5] : [11] Nota:esta solução é aplicável tanto a um patim linear como à chumaceira radial, uma vez que nesta, sendo a espessura (h) muito inferior ao próprio raio, o efeito geométrico da curvatura das superfícies pode ser desprezado. Dado o gradiente de velocidades ao longo da espessura (zz) da película, geram-se tensões tangenciais (viscosas) nas interfaces com as superfícies sólidas:
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 13 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas Geração de pressões O fim último deste mecanismo hidrodinâmico, em tribologia, é a utilização do fenómeno de geração de pressões – por efeito hidrodinâmico, na direção (zz) – que promova a separação das superfícies. 3. Lubrificação Hidrodinâmica Todavia, a dedução da própria equação assenta em importantes pressupostos simplificativos, a saber: o fluido tem um comportamento newtoniano hipótese válida para os óleos lubrificantes comuns ; o escoamento é laminar situação usual, excepto para muito altas velocidades de funcionamento (Re ↑↑ ) ; não há escorregamento na interface líquido-sólido hipótese comum em análise de escoamentos ; viscosidade e densidade do lubrificante não variam na direcção da espessura da película aproximação razoável, tendo em conta a diminuta espessura desta quando comparada com a sua extensão ; a pressão não varia na direcção da espessura da película idem ; as forças de inércia, assim como as gravíticas, actuantes no fluido não são contabilizadas aproximação realista, tendo em consideração a massa de fluido em comparação com as forças viscosas e de pressão geradas ; o efeito de uma eventual curvatura das superfícies, no escoamento, é desprezável simplificação válida, para raios de curvatura várias ordens de grandeza superiores à espessura da película. A equação de Reynolds é, assim, a base da teoria e análise da lubrificação hidrodinâmica, ( sendo de realçar que, aqui, o estudo será limitado a fluidos viscosos líquidos e incompressíveis )
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 14 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 3. Lubrificação Hidrodinâmica em que: U 1, V 1 – componentes da velocidade da superfície inferior, nas direcções (xx) e (yy) U 2, V 2 – componentes da velocidade da superfície superior, nas direcções (xx) e (yy) ρ – densidade do fluido Ref.:‘Osborne Reynolds’: https://en.wikipedia.org/wiki/Osborne_Reynolds http://www.encyclopedia.com/topic/Osborne_Reynolds.aspx http://www.phy.davidson.edu/fachome/dmb/PY430/Friction/lubrication.htm Geração de pressões Na sua forma generalizada, a equação de Reynolds contempla variações de pressão, de espessura (geometria) da película, além de densidade e de viscosidade do fluido, e ainda de eventuais variações da espessura com o tempo (funcionamento não-estacionário), em duas direcções (xx) e (yy): [12]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 15 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 3. Lubrificação Hidrodinâmica Geração de pressões Considerando ainda que, grande parte das chumaceiras funcionam em regime estacionário (dh/dt=0) (sendo de realçar que, aqui, o estudo será limitado a estes casos) uma chumaceira radial tem movimento de rotação, de que resulta velocidade linear em (xx), mas habitualmente não tem movimento axial, em (yy) V 1 =V 2 =0 um fluido lubrificante líquido pode ser considerado incompressível ρ=const. na gama de pressões espectável numa chumaceira, o efeito daquelas sobre a viscosidade é desprezável na verdade, só para condições elastohidrodinâmicas este efeito se torna relevante o efeito da eventual variação de temperatura no seio da película não influencia a sua viscosidade sendo que esta condição de ‘isoviscosidade’ é um importante pressuposto limitativo então a equação de Reynolds simplificar-se-á significativamente: [13]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 16 3.1 Escoamento viscoso entre placas paralelas 3. Lubrificação Hidrodinâmica Geração de pressões A equação [13], mesmo tendo em conta todos os pressupostos simplificativos genéricos e específicos já listados, é uma equação diferencial de 2ª ordem, pelo que não é resolúvel analiticamente, mas a sua resolução é possível através de métodos numéricos – usualmente de diferenças finitas ou de elementos finitos, solução adoptada desde os anos 60 para a criação de ferramentas de projecto genéricas e, até à actualidade em desenvolvimento para solução específicas, contabilizando um crescente número de especificidades (formas de alimentação de lubrificante, etc.) ; alternativamente, foram exploradas formas simplificadas da equação para as quais é possível obter soluções analíticas como, por exemplo: a ‘chumaceira infinitamente longa’, em que a variação da pressão em (yy) é considerada desprezável em relação à sua variação circunferencial, ou seja em (xx), pelo que a equação de Reynolds se reduz a [14] (de notar que, em termos quantitativos, esta simplificação constitui uma limitação importante, uma vez que o escoamento axial – em (yy) – que não é contabilizado nem contabilizável tem, na realidade, um papel relevante no desempenho da chumaceira)
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 17 Introdução Os patins (ou ‘pastilhas’) de deslizamento são componentes de chumaceiras axiais ou radiais que funcionam pelo princípio de geração de pressões hidrodinâmicas, é a resultante destas pressões que determina a capacidade de carga da chumaceira. Estes patins podem ser fixos ou pivotantes, sendo estes últimos os mais comuns por poderem de uma forma automática adaptar-se a variações de carga e, portanto, de pressão gerada. 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica O estudo iniciar-se-á pelo ‘patim fixo de largura infinita’, sendo de notar que a inclinação real do patim é muito reduzida, sendo a variação de (h) da ordem dos 1/1000 em relação ao seu comprimento.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) Ora, considerando o perfil de velocidades ao longo do comprimento do patim: - a pressão será nula para (x=0) e para (x=l); - a pressão terá um máximo para (0 < x m < l) em que (h=h m ); - então, (dp/dx=0), para (h=h m ); - pelo que, C 1 = -6·η·U·h m - e então: [17] 18 Distribuição de pressões 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Tomando a equação [14] que, considerando (U 1 =U, U 2 =0) virá como: [15] da sua integração em (xx) resulta: [16] p x x
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 19 Distribuição de pressões Para a integração da equação [17] é necessário estabelecer a função da variação de (h) em (xx) – neste caso admitida como linear: h = (h i -h o )-(h i -h o )·(x/l)+h o = h i -(h i -h o )·(x/l) 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica donde: [18] além de que, considerando as condições de fronteira, p = 0 para (h = h i ) e (h = h o ), além de que h m =(2·h o ·h i )/(h i +h o ) [19] pode demonstrar-se que, [20]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 20 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Distribuição de pressões Por sua vez, adimensionalizando os parâmetros geométricos, h = (h/h o ) e x = (x/l), donde h = h i -(h i -1)·x [21] virá, [22] ou ainda, adimensionalizando a pressão: p = p·(h 0 2 /(η·U·l)) [23] [24] [25]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 21 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Distribuição de pressões A partir da equação [20] pode constatar-se a variação de (p) com (x), em função de (h i ), podendo concluir-se que existe um valor óptimo de (h i ), para o qual a área sob a curva – que é equivalente à capacidade de carga – é maximizada. Obs.: de notar que (h i ) é função da inclinação do patim. A altura (h m ) adimensional em que ocorre a pressão máxima (p m ) pode obter-se a partir de [19], h m =(2·h i )/(1+h i ) [26] e a respectiva posição (x m ) adimensional através da equação [21], para (h=h m ): x m =h i /(1+h i ) [27]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 22 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Distribuição de pressões Torna-se evidente da Figura, e também como resultado da equação [27] que, com o aumento de inclinação – aumento de (h i ) – o ponto de pressão máxima se aproxima da saída do contacto e que, inver- samente, quando a inclinação diminuiu, aproxima-se do centro: lim hi→ h x m = 1 e lim hi→ 1 x m = 1/2 Por sua vez, através de [25] e [27], a pressão máxima vem como, p m = 3·(h i -1) / (2·h i ·(h i +1)) [28] pelo que: lim hi→ 1 (p m ) = 0 e lim hi→ h (p m ) = 0 resultado que, além de óbvio (superfícies paralelas ou perpendiculares não originam pressões), permite admitir que há um valor de inclinação óptimo, que maximizará a pressão. Tal acontece para (dp m /dh i ) = 0, cuja solução é h i = 1 ES 2 = 2.414 Nota:efectivamente verifica-se que esta condição de maximização da pressão não significa a maximização da capacidade de carga, como adiante se verá.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 23 Forças actuantes nas superfícies 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Assim, as condições de equilíbrio podem enunciar-se como: P z1 – P z2 = 0 e [29] F 1 + F 2 + P x2 = 0 Podem dividir-se as forças actantes nas superfícies em dois tipos, forças resultantes da pressão, que actuam na normal às superfícies – aqui identificadas pelas componentes (P z1 e P z2 ) e (P x2 ); forças resultantes do escoamento viscoso, que actuam tangencialmente às superfícies – respectivamente (F 1 ) e (F 2 ). Nota:efectivamente haverá ainda uma componente (F z2 ) mas, como a inclinação do patim é pequena, esta pode ser desprezada.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 24 Forças actuantes nas superfícies Componentes normais, segundo (zz) 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica e a adimensionalização de (p), (h) e (x), obtém-se: Assim sendo, a Capacidade de Carga (W) – que corresponde a (P z1 ) e/ou a (P z2 ) – poderá ser adimensionalizada na forma: [30] [31] Tomando (b) para a largura do patim:
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 25 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica em que capacidade de carga é maximizada para (dW/dh i )= 0, correspondente a (W=0.1602) para (h i =2.18). Nota: usualmente, a carga (W) e a velocidade (U) são especificações de partida do projecto; assim, o processo passa pela selecção dos parâmetros geométricos (l, b e h i ) e pela viscosidade (η) que garantam uma espessura mínima de película (h o ), dado pela equação [30] na forma: [32] sendo conveniente garantir que (h o ≥ 4·Σ R a ). Forças actuantes nas superfícies Componentes normais, segundo (zz) A partir da equação [31] pode observar-se o comportamento da capacidade de (W) com a inclinação do patim, expressa por (h i ),
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 26 Forças actuantes nas superfícies Componentes normais, segundo (zz) Adicionalmente, pode ainda localizar-se o Centro de Pressões, isto é a posição de actuação da resultante (P z ) – sendo que as acções sobre duas superfícies (P z1 ) e (P z2 ) coincidem em valor e posição, sendo igualmente o ponto de aplicação da carga. 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Assim, pelo que, que se pode demonstrar resultar em, [33]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 27 Forças actuantes nas superfícies Componentes normais, segundo (zz) Sendo a localização do centro de pressões (x cp ) apenas função de (h i ), pode analisar-se o comportamento dos dois parâmetros: 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) Tomando, de igual modo, (b) para a largura do patim temos que, por definição, (P x1 ) = 0, enquanto que donde se pode deduzir: [34] 28 Forças actuantes nas superfícies Componentes tangenciais, segundo (xx) 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Como, por sua vez, pode chegar-se a: [35] [36]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) ou na forma, μ = (h o /l)·μ [37] com recurso à definição de um parâmetro adimensional de atrito tal que, [38] 29 Forças actuantes nas superfícies Componentes tangenciais, segundo (xx) A partir destas, pode deduzir-se o Coeficiente de Atrito: μ = - F 1 /P z1 = (F 2 +P x2 )/P z2 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Nota:a ordem de grandeza do coeficiente de atrito viscoso espectável num patim, pode obter-se a partir de [37], tendo que: h o /l 10 -3 μ 5 μ 0.005
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 30 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Forças actuantes nas superfícies Componentes tangenciais, segundo (xx) A partir da equação [38] pode ainda analisar-se a evolução do atrito viscoso com a altura (h i ) que, como já visto, parametriza a inclinação do patim. assim, existirá um valor mínimo da função, para dμ/dh i = 0 sendo que esse valor corresponde a: h i = 2.534 para o qual, μ = 4.622
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 31 Forças actuantes nas superfícies Componentes tangenciais, segundo (xx) As tensões viscosas tangencias, no seio da espessura da película, originam uma resistência ao movimento da superfície móvel, de grandeza (-F 1 ). 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica que, de igual modo, se pode adimensionalisar através de: [39] donde, [40] Assim, a Potência Dissipada será dada por: H = -U·F 1 =
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 32 Forças actuantes nas superfícies Componentes tangenciais, segundo (xx) A sua variação pode igualmente ser analisada, obtendo-se a seguinte curva de comportamento: [Nota: no gráfico, E ≡ H] 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 33 Caudal volúmico de escoamento 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica p Assim, para a secção de pressão máxima (dp/dx=0), em que a altura de película (h m ) é dada pela equação [19] e a componente de escoamento de Poiseuille é nula, o caudal pode calcular-se através da equação [8], vindo como: Por sua vez, tomando o parâmetro adimensional, q = 2·h i /(1+h i ) [41] poderá reescrever-se o caudal na forma: [42] Numa situação de patim de largura infinita, e em que portanto não há escoamento lateral e se, além disso, se considerar o fluido como incompressível, então o caudal será constante em qualquer secção do perfil da película.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 34 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Caudal volúmico de escoamento É de notar que (q) é igual a (h m ) sendo este, assim, uma medida do caudal de lubrificante De igual modo, sua relação com (h i ) pode ser parametrizada:
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 35 Geração de calor 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Na solução da equação de Reynolds, tal como apresentada – bem como o cálculo de todos os parâmetros de desempenho – considera-se um valor de viscosidade (μ e ) chamada de viscosidade efectiva, naquilo que se designa por uma aproximação isoviscosa do fenómeno. Nota:na verdade a temperatura num patim tende a aumentar ao longo do seu comprimento, sendo mais elevada na região de espessura mínima. Em termos de projecto ‘isoviscoso’, considera-se usualmente como aproximação um aumento de temperatura do lubrificante (ΔT), em relação à de entrada (T i ), baseado numa absorção de calor da ordem dos 80% do total gerado, utilizando-se este valor – designado por temperatura efectiva, (T e = T i + ΔT) – para efeitos de cálculo. O calor gerado por atrito viscoso é, em parte, dissipado por condução e por radiação para o exterior. Todavia, a maior parte é absorvido pelo fluido, contribuindo para o seu aumento de temperatura. Ora, tendo presente que, a viscosidade dos fluidos lubrificantes é significativamente influenciada pela temperatura; e, por sua vez, a capacidade de carga depende directamente da viscosidade ‘de serviço’, torna-se evidente a necessidade de uma estimativa, o mais precisa possível da temperatura do lubrificante em funcionamento.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 36 Geração de calor A determinação do aumento de temperatura do fluido baseia-se na quantidade de calor gerado por atrito viscoso por unidade de tempo, ou seja, (H/J) – sendo (H) a potência dissipada, eventual- mente afectada da respectiva percentagem absorvida, e (J) o equivalente mecânico do calor. Esta quantidade de calor provocará um aumento (ΔT) da temperatura de acordo com a expressão: H/J = K·ρ·q·ΔT sendo (K) o calor específico do fluido e (ρ) a sua densidade, e (q) o caudal volúmico. 3.2 O patim de deslizamento 3. Lubrificação Hidrodinâmica Sendo então, ΔT = H/(J·K·ρ·q) e, recorrendo às equações [39] e [41], virá: [43]
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) Na prática os patins fixos são maquinados de forma a garantir um valor fixo de (hi) de cerca de 2.18. Como se pode comprovar, este é o valor para o qual a se maximiza a sua eficiência, para dadas condições de capacidade de carga (W p ) e de espessura de película mínima (h o p ). 37 Limitações do patim fixo 3.3 Aplicação à chumaceiras de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica Todavia esta solução tem algumas limitações, a saber: por razões óbvias razões, o sistema não comporta a inversão do sentido de rotação do moente; além disso se, para dadas condições, a carga for superior à de projecto (W>W p ), a espessura mínima de película será inferior (h o <h o p ), o que originará um aumento de (h i ) e consequentemente, o patim deixará de funcionar nas condições de máxima eficiência para que foi projectado; pela mesma ordem de razões, o mesmo sucede no caso de a carga ser inferior (W<W p ); Por estas razões – não só em grande parte das aplicações práticas o sentido de rotação pode alternar, como também a carga aplicada pode ter variações durante o ciclo, ou em regimes diferentes, de funcionamento de um equipamento – é frequente a adopção de uma solução de ‘patim pivotante’. a sua análise foi iniciada por Michell (1905), continuando ainda hoje a ser objecto de estudo e desenvolvimento, quer na parametrização do seu funcionamento quer na optimização a nível de projecto e de desempenho. em serviço.
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 38 Princípios de funcionamento O patim tem rotação livre em torno de um eixo (R), judiciosamente localizado no seu centro de pressões (x cp ) desta forma o equilíbrio do patim determina que a componente (P z ), que contrabalança a carga (W), passa sempre por (R); sendo a posição do eixo fixa, o centro de pressões também é fixo e ocorre no mesmo ponto. Sendo o centro de pressões função de (h i ), é de notar que uma vez escolhido este fica fixado aquele. Normalmente é adoptado um valor de (h i =2), muito próximo da maximização da capacidade de carga, donde de acordo com a equação [33] vem (x cp =0.57) para a posição do eixo. sendo que as espessuras à entrada e à saída do patim variarão com a carga aplicada, mantém-se no entanto constante o valor de (h i ) o que se traduz na maximização da capacidade de carga (W) e sua eficiência. esta solução resolve a questão da manutenção de eficiência mas, evidentemente, não a da reversibilidade do sentido de rotação. 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 39 Solução ‘universal’ A solução, para apoio de veios com funcionamento reversível do sentido de rotação, passa pela colocação do eixo na posição de (x cp =0.5). a este posicionamento corresponde um valor de (h i =1) que, equivalendo a ter as duas superfícies paralelas, resulta numa capacidade de carga teoricamente nula; na prática verifica-se que, mesmo assim, há a possibilidade de geração de pressões hidrodinâmicas e, portanto, de uma efectiva capacidade de suporte de carga. A explicação do fenómeno envolve pelo menos um, senão vários, dos seguintes mecanismos: deformação da superfície, devido à carga aplicada, dando origem a um perfil convergente – a ‘cunha lubrificante’ necessária – obtida pela própria elasticidade do patim; imprecisões de planicidade na maquinagem, que permitem uma geometria favorável; a geração de calor que, fazendo aumentar a temperatura do lubrificante mas também o seu volume, ao longo do seu escoamento, gera um gradiente de pressão no seio deste. 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 40 Solução ‘universal’ Determinação da espessura mínima de película, para efeitos de cálculo para projecto: considerando uma chumaceira com vários patins, e admitindo uma distribuição uniforme da carga em que cada patim suportará uma carga de valor (W), o parâmetro (x cp =x cp /l) é uma característica geométrica do patim e, assim, o valor de (h i ) é constante e pode ser determinado pela equação [33] ; deste modo fica igualmente fixado o valor da capacidade de carga (W), pela equação [31] ; conhecida, ou arbitrada que seja, a temperatura efectiva do fluido (T e ) e respectiva viscosidade (μ e ), pode calcular-se a espessura mínima (h o ), usando a expressão [32] ; a determinação do calor gerado serve para aferir da razoabilidade do valor de temperatura efectiva inicialmente utilizado (T e ) inicial e, eventualmente, para o seu ajustamento (T e ) corrigido e consequente revisão dos cálculos; finalmente, há que verificar a exequibilidade do resultado, comparando a espessura mínima de película assim obtida com a rugosidade superficial espectável, para assegurar o funcionamento dentro do regime hidrodinâmico (ver curva de Stribeck) 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 41 Patins de largura finita Todavia, a resolução da equação [13] na sua forma bidimensional – isto é em (xx) e em (yy), sendo a altura (h) em (zz) conhecida – é possível, com recurso a métodos numéricos computacionais. a consideração do escoamento lateral afecta notavelmente a predição das condições de desempenho da chumaceira, muito especialmente da capacidade de carga – como seria de esperar, esta influência é tanto mais significativa quanto menor for a relação (b/l); apenas para (b/l)≥5 o valor calculado através da equação [30] é suficientemente aproximado; A resolução da equação [13] para um patim de razão (b l) demostra bem que os gradientes em ambas as direcções podem não só ser da mesma ordem de grandeza como até, dependendo da geometria, o gradiente em (yy) pode mesmo ser preponderante em relação ao que se verifica em (xx): 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica A análise, tal como apresentada até este ponto, baseia-se na resolução da equação de Reynolds [14] numa forma simplificada – considerar a largura infinita equivale a considerar que o gradiente de pressão nessa direcção é desprezável, face ao gradiente na direcção do movimento, ou seja, (dp/dy) = 0 não existindo – ou, mais correctamente, não se considerando – o escoamento lateral, isto é em (yy).
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 42 Patins de largura finita A partir da resolução da equação ‘completa’ [13], para vários valores de (b/l), e dos resultados da equação na sua forma simplificada [30] para (b= h ), é possível quantificar um parâmetro de ajustamento (λ), tal que: W = λ·W b= h [44] 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica que pode ser utilizado para ‘rectificar’ um resultado ‘simplificado’, de uma forma rápida :
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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.) 43 Outros perfis de patins Existem ainda vários tipos de perfis, especialmente ligados a patentes dos próprios de fabricantes (não raramente fruto de desenvolvimentos ‘empíricos’ e/ou produto de extenso histórico de meto- dologias de tentativa/erro) com diferentes tipos de complexidade geométrica, de fabrico, etc, bem como com a mais variada (e dificilmente comprovável à partida) eficiência de desempenho. 3.3 Aplicação à chumaceira de patins pivotantes 3. Lubrificação Hidrodinâmica
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