Download presentation
Presentation is loading. Please wait.
Published byArthur de Caminha Sampaio Modified over 8 years ago
1
Aulas previstas: 7. O eu pessoal (13 slides) 8. As relações interpessoais (26 slides) 9. A pessoa na sociedade (15 slides) 10. Tempo, morte e imortalidade (26 slides) 11. As últimas questões e a religião (20 slides) 1.Apresentação e Introdução A Pessoa: Dignidade e mistério (31 slides) 2.O Corpo (24 slides) 3.Sensibilidade e tendências (32 slides) 4. A afectividade ( 30 slides) 5.A inteligência (39 slides) 6.A liberdade (17 slides) ANTROPOLOGIA BREVE Aula 2 O CORPO
2
1/24 O corpo é, antes de tudo, a dimensão física, orgânica ou material da pessoa. O corpo é a minha dimensão material e, quando morrer, desaparecerá. O CORPO O corpo é a primeira manifestação da pessoa a primeira coisa que aparece diante de mim, que a revela e torna presente, é o seu corpo. 1. A PESSOA: ALGUÉM CORPORAL O corpo humano, embora seja orgânico e material, não é um objecto físico ou uma coisa, mas uma dimensão da pessoa e, por isso, possui uma componente subjectiva e pessoal
3
2/24 De um ponto de vista positivo podemos expressar esta ideia dizendo que o homem é um ser corporal, isto é, que a existência humana não é compreen- sível nem pensável sem o corpo. O CORPO Uma primeira aproximação a esta ideia podemo-la obter de um ponto de vista negativo, a partir da impossibilidade de o separar da pessoa. Se uma parte do corpo é separada da pessoa, deixa de existir enquanto tal corpo. Uma mão cortada não é uma mão e um corpo morto não é um corpo humano; foi-o, mas já não o é e, por isso, corrompe-se. Encontramos aqui já indícios desse carácter pessoal do corpo.
4
3/24 O CORPO O corpo faz parte do meu ser, não é uma matéria externa que utilizo ou um instrumento que emprego para os fins que me interessam. O corpo sou eu, as minhas mãos são eu, o meu cérebro sou eu, embora eu seja mais do que as minhas mãos, o meu cérebro ou os meus mús- culos. O corpo é a minha dimensão orgânico-material mas, por isso mesmo, tem uma dimensão subjectiva e espiritual.
5
4/24 O CORPO Mounier explicou-o de modo particularmente belo. «Não posso pensar sem ser, nem ser sem o meu corpo ; estou exposto por ele a mim mesmo, ao mundo, aos outros; por ele escapo à solidão de um pensamento que não seria mais do que pensamento do meu pensamento. Ao impedir- me de ser totalmente transparente a mim próprio, lança-me continuamente para fora de mim na problemática do mundo e das lutas do homem. Pela solicitação dos sentidos lança-me no espaço, pelo seu envelhecimento ensina-me a duração, pela sua morte faz com que eu en- frente a eternidade. Faz sentir o peso da escravidão, mas ao mesmo tempo está na raiz de toda a consciência e de toda a vida espiritual. É o mediador omnipre - sente da vida do espírito».
6
5/24 O CORPO Em resumo, o corpo é a dimensão material-orgânica da pessoa, a sua primeira manifestação e a sua faceta mais externa, mas também tem um carácter subjectivo, psíquico e até espiritual. O corpo não é nem uma coisa, nem um instrumento no sentido platónico, é o próprio homem na sua aparição externa, a fronteira física da pessoa, o horizonte entre o mundo material e o mistério do eu pessoal.
7
6/24 O CORPO 2. OUTRAS VISÕES Nalguns casos, foi dada primazia excessiva ao espiritual sobre o corporal, noutros, como no marxismo, sucedeu o contrário e, outros ainda, foi dada primazia a ambas as coisas, mas saiu prejudicada a unidade. Vejamos agora algumas das posições mais importantes. A relação entre corpo e pessoa que acabámos de descrever é relativamente recente e pressupõe uma reivindicação da corporalidade, contra uma certa depreciação que foi moeda corrente ao longo da história.
8
7/24 O CORPO As posições dualistas explicaram o homem através da sua divisão em duas realidades separadas: a matéria e o espírito. a) Dualismos Existem muitas modalidades de dualismo. O exemplo clássico de dualismo espiritualista é dado por Platão. A filosofia platónica impressionou muito os primeiros teólogos cristãos, porque afirmava com nitidez a espiritua- lidade e a imortalidade da alma, e porque a sua visão da libertação da alma do corpo coincidia em parte com algu- mas práticas ascéticas. Por isso, corrigida do seu elemento não cristão – a pré- existência das almas – foi assimilada e sustentada por boa parte dos Padres da Igreja.
9
8/24 Deste modo, foi conseguido um instrumento de primeira qualidade para elaborar teologicamente a mensagem cristã, mas introduziu-se igualmente de maneira subreptícia um certo espiritualismo e uma visão negativa do corpo que levou tempo a desaparecer. O CORPO Daí ter sido providencial, para corrigir esse rumo, a assunção do aristotelismo, com a sua carga biológica e realista, que S. Tomás de Aquino efectuou audacio- samente no século XIII.
10
9/24 Outro exemplo característico de dualismo encon- tramo-lo em Descartes. A sua busca de uma certeza matemática ao modo das ciências experimentais levou- o, através da dúvida universal, ao «cogito» (penso, logo existo) como ponto inicial da sua filosofia. O CORPO Mas, uma vez assente este princípio, não conseguiu estabelecer a ligação entre esse centro espiritual e o mundo material e externo que tinha sido previamente questionado de forma radical. Por isso, o homem ficou dividido em duas «substâncias»: a «res cogitans» (espírito) e a «res extensa» (matéria) ligadas entre si apenas de maneira externa através da glândula pineal situada no cérebro.
11
10/24 O CORPO Outro modo histórico de resolver o problema da relação alma-corpo consiste em anular um dos membros da equação. b) Monismos É evidente que, eliminando ou reduzindo ao máximo seja a corporalidade, seja a espiritualidade, resolve-se o problema da complexidade humana e, pelo mesmo motivo, desaparece o problema de explicar a unidade. Consoante o ele- mento que seja eliminado, esta opção leva a monismos de tipo espiritualista ou materialista. Nos últimos séculos têm prevalecido sobretudo os monismos de tipo materialista, favorecidos pelo avanço espectacular das ciências experimentais e a consequente hipervalorização do mundo físico-material.
12
11/24 O CORPO Graças às suas conquistas, estas ciências impuseram-se como o modelo de ciência por excelência e o método científico impôs-se, por seu turno, como o único método válido de conhecimento. Daí que os saberes que não se podiam adaptar a esse método e as realidades às quais não se podia aplicar - os saberes humanistas, em geral - tenham perdido interesse e importância e, em casos extremos, se tenha duvidado da sua validade ou até recusado a sua mera existência.
13
12/24 O CORPO Também podemos mencionar o biologismo de Monod (o homem é apenas biologia ), outros tipos de cientismo ou o marxismo. De qualquer forma, trata-se de reducionismos de diverso tipo que, cegos por um aspecto material, perdem de vista a complexidade e a transcendência da pessoa. Um exemplo muito influente encontramo-lo no condutismo, uma visão reducionista da psicologia que tenta limitar-se o mais possível aos aspectos quantificáveis e mensuráveis do comportamento humano, negando e recusan- do qualquer explicação que envolva uma dimensão interior e transcendente.
14
13/24 O CORPO 3. Como é o corpo humano Uma primeira forma de aprofundar na compreensão do corpo humano é estabelecer uma comparação entre o corpo dos homens e o dos animais, porque se torna muito esclarecedora. Que ambos são muito diferentes podemo-lo comprovar, por exemplo, na valorização que os homens e os animais dão aos cadáveres. a) Corpo humano e corpo animal
15
14/24 O CORPO As diferenças entre o corpo do homem e do animal não se limitam somente a este aspecto, manifestando-se igualmente na própria estrutura corporal. Embora parti- lhemos com os animais aspectos biológicos relevantes, as estruturas somáticas são muito diferentes. Provavelmente, a principal característica que diferencia o corpo humano do dos animais é a não especialização.
16
15/24 O CORPO O homem, contudo, graças à sua falta de especificidade, tem uma flexibi - lidade que, colocada ao serviço da inteligência e da liberdade, e através do uso de instrumentos adequados, lhe permite realizar melhor que os animais as mesmas tarefas: nadar, deslocar-se velozmente, alcançar objectos elevados, mergulhar até profundidades insuspeitas ou até voar. Todos os animais têm corpos perfeitamente preparados para realizar determinadas tarefas. Basta pensar, por exemplo, no urso formigueiro, no tubarão, na girafa ou no leopardo. Cada um destes animais supera completamente o homem em determinada actividade especí- fica.
17
16/24 O CORPO A não especificação, de qualquer forma, conjuga--se com a existência de estruturas corporais especiais que só existem no homem e fazem dele um animal atípico, como o bipedismo, o campo particular de disposição visual dos olhos, a colocação dos órgãos sexuais que implica uma relação sexual frente a frente única no reino animal, a assimetria funcional do cérebro, etc. Uma das estruturas corporais exclusivas do ser humano mais importante são as mãos que podem ser definidas como a manifestação específica da não especificidade.
18
17/24 O CORPO Em resumo, o corpo humano é diferente do animal, porque, como afirma Yepes, «está confi - gurado para cumprir funções não orgânicas », isto é, para permitir que a pessoa exprima e desenvolva as suas possibilidades psíquicas e espirituais através da corporalidade.
19
18/24 O CORPO b) A actividade corporal e a sua relação com o eu A primeira e fundamental é que existem diversos níveis de actividade biológica e corporal nos quais o eu, através da sua vontade, influi de modo distinto. Outro aspecto importante do corpo humano é a sua actividade. Numa perspectiva filosófica, interessa-nos constatar sumariamente uma série de questões :
20
19/24 O CORPO Para pensar, o cérebro tem de estar a funcionar correctamente. É dramático comprovar as terríveis consequências que pode ter um acidente cerebral. Também é importante salientar que nunca acontecem processos ou meramente cor- porais ou meramente espirituais. Ambos precisam uns dos outros e se influenciam mu- tuamente de modos muito diversos.
21
20/24 O CORPO 4. A dimensão antropológica do corpo Podemos definir a dimensão antropológica do corpo como a relação que estabelecemos com o nosso corpo e com o dos outros. É um aspecto essencial da vida que tem inúmeras facetas. - O rosto - A beleza (do homem e da mulher) - O vestuário - O contacto corporal procurado ( não o choque descontrolado, o encontrão )
22
21/24 O CORPO Cada parte do corpo tem, além disso, um significado próprio. Não significa a mesma coisa beijar nos lábios que beijar na testa ou na face; por seu turno, há modos de beijar os mais diversos : com afecto, com delicadeza, com paixão, com indiferença ou com traição, como Judas.
23
22/24 O CORPO Todos estes aspectos e outros que se poderiam acrescentar têm o seu reflexo na linguagem corporal. Através do corpo comunicamos inúmeras mensagens não verbais: inquietação, desassossego, rejeição ou atracção e, às vezes, fazemo-lo com mais verdade do que através das palavras, Pois ao corpo é mais difícil mentir que à mente.
24
23/24 O CORPO O baile é mais o resultado de uma necessidade expressiva e está ligado à música. A alegria de se movimentar, de se sentir vivo, dinâmico e livre, de observar o próprio corpo e ser capaz de o do - minar, de atrair o homem ou a mulher através de movimentos corporais, são alguns dos elementos que o baile põe em jogo de maneira única. Uma manifestação especialmente bela da linguagem corporal é a dança, onde se apresentam artisticamente unificadas a beleza do corpo e a sua capacidade de comunicação.
25
24/24 Ficha técnica Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com
Similar presentations
© 2025 SlidePlayer.com. Inc.
All rights reserved.