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Aulas previstas: 7. O eu pessoal (13 slides) 8. As relações interpessoais (26 slides) 9. A pessoa na sociedade (15 slides) 10. Tempo, morte e imortalidade.

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1 Aulas previstas: 7. O eu pessoal (13 slides) 8. As relações interpessoais (26 slides) 9. A pessoa na sociedade (15 slides) 10. Tempo, morte e imortalidade (26 slides) 11. As últimas questões e a religião (20 slides) 1.Apresentação e Introdução A Pessoa: Dignidade e mistério (31 slides) 2.O Corpo (24 slides) 3.Sensibilidade e tendências (32 slides) 4. A afectividade ( 30 slides) 5.A inteligência (39 slides) 6.A liberdade (17 slides) ANTROPOLOGIA BREVE Aula 2 O CORPO

2 1/24  O corpo é, antes de tudo, a dimensão física, orgânica ou material da pessoa. O corpo é a minha dimensão material e, quando morrer, desaparecerá. O CORPO  O corpo é a primeira manifestação da pessoa a primeira coisa que aparece diante de mim, que a revela e torna presente, é o seu corpo. 1. A PESSOA: ALGUÉM CORPORAL  O corpo humano, embora seja orgânico e material, não é um objecto físico ou uma coisa, mas uma dimensão da pessoa e, por isso, possui uma componente subjectiva e pessoal

3 2/24  De um ponto de vista positivo podemos expressar esta ideia dizendo que o homem é um ser corporal, isto é, que a existência humana não é compreen- sível nem pensável sem o corpo. O CORPO  Uma primeira aproximação a esta ideia podemo-la obter de um ponto de vista negativo, a partir da impossibilidade de o separar da pessoa. Se uma parte do corpo é separada da pessoa, deixa de existir enquanto tal corpo. Uma mão cortada não é uma mão e um corpo morto não é um corpo humano; foi-o, mas já não o é e, por isso, corrompe-se. Encontramos aqui já indícios desse carácter pessoal do corpo.

4 3/24 O CORPO  O corpo faz parte do meu ser, não é uma matéria externa que utilizo ou um instrumento que emprego para os fins que me interessam. O corpo sou eu, as minhas mãos são eu, o meu cérebro sou eu, embora eu seja mais do que as minhas mãos, o meu cérebro ou os meus mús- culos. O corpo é a minha dimensão orgânico-material mas, por isso mesmo, tem uma dimensão subjectiva e espiritual.

5 4/24 O CORPO  Mounier explicou-o de modo particularmente belo. «Não posso pensar sem ser, nem ser sem o meu corpo ; estou exposto por ele a mim mesmo, ao mundo, aos outros; por ele escapo à solidão de um pensamento que não seria mais do que pensamento do meu pensamento. Ao impedir- me de ser totalmente transparente a mim próprio, lança-me continuamente para fora de mim na problemática do mundo e das lutas do homem. Pela solicitação dos sentidos lança-me no espaço, pelo seu envelhecimento ensina-me a duração, pela sua morte faz com que eu en- frente a eternidade. Faz sentir o peso da escravidão, mas ao mesmo tempo está na raiz de toda a consciência e de toda a vida espiritual. É o mediador omnipre - sente da vida do espírito».

6 5/24 O CORPO  Em resumo, o corpo é a dimensão material-orgânica da pessoa, a sua primeira manifestação e a sua faceta mais externa, mas também tem um carácter subjectivo, psíquico e até espiritual. O corpo não é nem uma coisa, nem um instrumento no sentido platónico, é o próprio homem na sua aparição externa, a fronteira física da pessoa, o horizonte entre o mundo material e o mistério do eu pessoal.

7 6/24 O CORPO 2. OUTRAS VISÕES  Nalguns casos, foi dada primazia excessiva ao espiritual sobre o corporal, noutros, como no marxismo, sucedeu o contrário e, outros ainda, foi dada primazia a ambas as coisas, mas saiu prejudicada a unidade. Vejamos agora algumas das posições mais importantes.  A relação entre corpo e pessoa que acabámos de descrever é relativamente recente e pressupõe uma reivindicação da corporalidade, contra uma certa depreciação que foi moeda corrente ao longo da história.

8 7/24 O CORPO  As posições dualistas explicaram o homem através da sua divisão em duas realidades separadas: a matéria e o espírito. a) Dualismos  Existem muitas modalidades de dualismo. O exemplo clássico de dualismo espiritualista é dado por Platão.  A filosofia platónica impressionou muito os primeiros teólogos cristãos, porque afirmava com nitidez a espiritua- lidade e a imortalidade da alma, e porque a sua visão da libertação da alma do corpo coincidia em parte com algu- mas práticas ascéticas. Por isso, corrigida do seu elemento não cristão – a pré- existência das almas – foi assimilada e sustentada por boa parte dos Padres da Igreja.

9 8/24  Deste modo, foi conseguido um instrumento de primeira qualidade para elaborar teologicamente a mensagem cristã, mas introduziu-se igualmente de maneira subreptícia um certo espiritualismo e uma visão negativa do corpo que levou tempo a desaparecer. O CORPO  Daí ter sido providencial, para corrigir esse rumo, a assunção do aristotelismo, com a sua carga biológica e realista, que S. Tomás de Aquino efectuou audacio- samente no século XIII.

10 9/24  Outro exemplo característico de dualismo encon- tramo-lo em Descartes. A sua busca de uma certeza matemática ao modo das ciências experimentais levou- o, através da dúvida universal, ao «cogito» (penso, logo existo) como ponto inicial da sua filosofia. O CORPO  Mas, uma vez assente este princípio, não conseguiu estabelecer a ligação entre esse centro espiritual e o mundo material e externo que tinha sido previamente questionado de forma radical.  Por isso, o homem ficou dividido em duas «substâncias»: a «res cogitans» (espírito) e a «res extensa» (matéria) ligadas entre si apenas de maneira externa através da glândula pineal situada no cérebro.

11 10/24 O CORPO  Outro modo histórico de resolver o problema da relação alma-corpo consiste em anular um dos membros da equação. b) Monismos  É evidente que, eliminando ou reduzindo ao máximo seja a corporalidade, seja a espiritualidade, resolve-se o problema da complexidade humana e, pelo mesmo motivo, desaparece o problema de explicar a unidade. Consoante o ele- mento que seja eliminado, esta opção leva a monismos de tipo espiritualista ou materialista.  Nos últimos séculos têm prevalecido sobretudo os monismos de tipo materialista, favorecidos pelo avanço espectacular das ciências experimentais e a consequente hipervalorização do mundo físico-material.

12 11/24 O CORPO  Graças às suas conquistas, estas ciências impuseram-se como o modelo de ciência por excelência e o método científico impôs-se, por seu turno, como o único método válido de conhecimento.  Daí que os saberes que não se podiam adaptar a esse método e as realidades às quais não se podia aplicar - os saberes humanistas, em geral - tenham perdido interesse e importância e, em casos extremos, se tenha duvidado da sua validade ou até recusado a sua mera existência.

13 12/24 O CORPO  Também podemos mencionar o biologismo de Monod (o homem é apenas biologia ), outros tipos de cientismo ou o marxismo. De qualquer forma, trata-se de reducionismos de diverso tipo que, cegos por um aspecto material, perdem de vista a complexidade e a transcendência da pessoa.  Um exemplo muito influente encontramo-lo no condutismo, uma visão reducionista da psicologia que tenta limitar-se o mais possível aos aspectos quantificáveis e mensuráveis do comportamento humano, negando e recusan- do qualquer explicação que envolva uma dimensão interior e transcendente.

14 13/24 O CORPO 3. Como é o corpo humano  Uma primeira forma de aprofundar na compreensão do corpo humano é estabelecer uma comparação entre o corpo dos homens e o dos animais, porque se torna muito esclarecedora. Que ambos são muito diferentes podemo-lo comprovar, por exemplo, na valorização que os homens e os animais dão aos cadáveres. a) Corpo humano e corpo animal

15 14/24 O CORPO  As diferenças entre o corpo do homem e do animal não se limitam somente a este aspecto, manifestando-se igualmente na própria estrutura corporal. Embora parti- lhemos com os animais aspectos biológicos relevantes, as estruturas somáticas são muito diferentes.  Provavelmente, a principal característica que diferencia o corpo humano do dos animais é a não especialização.

16 15/24 O CORPO  O homem, contudo, graças à sua falta de especificidade, tem uma flexibi - lidade que, colocada ao serviço da inteligência e da liberdade, e através do uso de instrumentos adequados, lhe permite realizar melhor que os animais as mesmas tarefas: nadar, deslocar-se velozmente, alcançar objectos elevados, mergulhar até profundidades insuspeitas ou até voar.  Todos os animais têm corpos perfeitamente preparados para realizar determinadas tarefas.  Basta pensar, por exemplo, no urso formigueiro, no tubarão, na girafa ou no leopardo. Cada um destes animais supera completamente o homem em determinada actividade especí- fica.

17 16/24 O CORPO  A não especificação, de qualquer forma, conjuga--se com a existência de estruturas corporais especiais que só existem no homem e fazem dele um animal atípico, como o bipedismo, o campo particular de disposição visual dos olhos, a colocação dos órgãos sexuais que implica uma relação sexual frente a frente única no reino animal, a assimetria funcional do cérebro, etc.  Uma das estruturas corporais exclusivas do ser humano mais importante são as mãos que podem ser definidas como a manifestação específica da não especificidade.

18 17/24 O CORPO  Em resumo, o corpo humano é diferente do animal, porque, como afirma Yepes, «está confi - gurado para cumprir funções não orgânicas », isto é, para permitir que a pessoa exprima e desenvolva as suas possibilidades psíquicas e espirituais através da corporalidade.

19 18/24 O CORPO b) A actividade corporal e a sua relação com o eu  A primeira e fundamental é que existem diversos níveis de actividade biológica e corporal nos quais o eu, através da sua vontade, influi de modo distinto.  Outro aspecto importante do corpo humano é a sua actividade.  Numa perspectiva filosófica, interessa-nos constatar sumariamente uma série de questões :

20 19/24 O CORPO  Para pensar, o cérebro tem de estar a funcionar correctamente. É dramático comprovar as terríveis consequências que pode ter um acidente cerebral.  Também é importante salientar que nunca acontecem processos ou meramente cor- porais ou meramente espirituais. Ambos precisam uns dos outros e se influenciam mu- tuamente de modos muito diversos.

21 20/24 O CORPO 4. A dimensão antropológica do corpo  Podemos definir a dimensão antropológica do corpo como a relação que estabelecemos com o nosso corpo e com o dos outros.  É um aspecto essencial da vida que tem inúmeras facetas. - O rosto - A beleza (do homem e da mulher) - O vestuário - O contacto corporal procurado ( não o choque descontrolado, o encontrão )

22 21/24 O CORPO  Cada parte do corpo tem, além disso, um significado próprio. Não significa a mesma coisa beijar nos lábios que beijar na testa ou na face; por seu turno, há modos de beijar os mais diversos : com afecto, com delicadeza, com paixão, com indiferença ou com traição, como Judas.

23 22/24 O CORPO  Todos estes aspectos e outros que se poderiam acrescentar têm o seu reflexo na linguagem corporal. Através do corpo comunicamos inúmeras mensagens não verbais: inquietação, desassossego, rejeição ou atracção e, às vezes, fazemo-lo com mais verdade do que através das palavras, Pois ao corpo é mais difícil mentir que à mente.

24 23/24 O CORPO  O baile é mais o resultado de uma necessidade expressiva e está ligado à música. A alegria de se movimentar, de se sentir vivo, dinâmico e livre, de observar o próprio corpo e ser capaz de o do - minar, de atrair o homem ou a mulher através de movimentos corporais, são alguns dos elementos que o baile põe em jogo de maneira única.  Uma manifestação especialmente bela da linguagem corporal é a dança, onde se apresentam artisticamente unificadas a beleza do corpo e a sua capacidade de comunicação.

25 24/24 Ficha técnica  Bibliografia  Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)  Slides  Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com


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